terça-feira, 5 de abril de 2011

Movimento "Mais Sociedade"

No passado Sábado, dia 2 de Abril, decorreu, no Porto, o primeiro encontro da iniciativa “Mais Sociedade”, subordinado ao tema “Uma visão para Portugal”.
“Mais Sociedade é uma iniciativa da Sociedade Civil que tem como objectivo promover uma discussão aberta sobre o Futuro de Portugal.
Contando com a participação de pessoas que representam um leque alargado de opções políticas, actividades profissionais, formações académicas e gerações,  Mais Sociedade visa a apresentação de propostas concretas e integradas que possam vir a ser consideradas em futuros projectos e programas políticos.
Aberta e independente, tendo por base a convicção de que cada português é parte activa num projecto concreto de mudança, esta iniciativa lança um desafio a todos os cidadãos seja qual for a sua ideologia política.
Cidadãos empenhados em exercer uma cidadania activa e que podem participar intervindo de forma independente, expressando as suas opiniões livremente, em propostas bem fundamentadas.
“Portugal faz-se consigo” dá o tom a uma iniciativa que pretende valorizar a sociedade e o contributo de cada um na construção de um Portugal Melhor e com Mais Futuro.”

A abertura dos trabalhos deu-se com intervenção do Dr. António Carrapatoso – à qual, infelizmente, não tive oportunidade de assistir.
O quadro de oradores era de extrema valia: o neurocirurgião, João Lobo Antunes, o sociólogo, Manuel Villaverde Cabral, o historiador, Rui Ramos e o economista, Vitor Bento. O encerramento ficou a cargo de Pedro Passos Coelho, líder do PSD.
As intervenções foram todas, ineludivelmente, desaguar no mar tempestuoso que a sociedade portuguesa enfrenta.

Para Manuel Villaverde Cabral, a ideia chave para a resolução do actual cenário, de caos económico e social, é a “equidade”.  Urge uma rápida reforma do “Estado-Providência” e o abandono de conceitos abstractos, tais como, “Estado, Sociedade, Liberalismo…”
“A ligação entre eleito e os seus representados deve ser repensada” – começando por alterar o actual sistema eleitoral, acrescento eu –, pois, “já foi maior e agora é menor”.
Para Villaverde Cabral, deve prestar-se atenção a outros factores – baixa natalidade, envelhecimento, fenómenos migratórios - que, inevitavelmente, terão influência directa na arquitectura, actual, da sociedade portuguesa. Atenção que, em sua opinião, deve ser aplicada na alteração nos procedimentos de participação cívica.
O historiador, Rui Ramos, salientou a história de resiliência que, um pequeno país como Portugal, já deu mostras de ter. Lembrou Herculano e Jaime cortesão e as suas contribuições que deram para que Portugal ultrapassasse desafios, então, impostos.
Para Rui Ramos, o que nos impede de mudar e avançar é o “Medo”.
Para Vitor Bento, ao Estado cabe a tarefa de assegurar que a energia criativa e os direitos individuais sejam salvaguardados. Deve evitar o planeamento. Vitor Bento não acredita em “Sociedades perfeitas”.
Portugal, segundo este economista, possui recursos naturais e humanos em grande número, o seu problema é “falta de capacidade de realização”. Deve haver um maior empenho na “Cultura”. A “Decência” deve estar sempre presente, porquanto é dessa forma que se gera “Confiança”.
“Há muitos sinais de esgotamento [do sistema político], mas há poucos sinais de auto-regeneração”. O sistema político deve estar assente em “instituições credíveis e sérias”, afirma. O “Estado é demasiado grande e [por isso] demasiado fraco”. É um “Estado forte com os fracos e fraco com os fortes”. “É [Estado] uma coutada dos aparelhos partidários”.
“A redução do Estado”, segundo Vitor Bento, “não significa reduzir as suas funções”. Pelo contrário. “Concentrando-se nas suas funções essenciais, torna-se mais forte”.
Vitor Bento terminou a sua intervenção, fornecendo “cinco propostas” para ajudar a ultrapassar o difícil momento que atravessamos.
A primeira tem a ver com o fortalecimento do Estado, promovendo a equidade e a justiça. A nomeação e os mandatos devem ser alvo de um painel de avaliadores – é a segunda proposta.Limitar a utilização dos regimes legais de excepção, a terceira – em que a Lei de Ordenamento do Território é o exemplo. E, por último, a transparência do Estado em relação aos interesses particulares.

Foi uma sessão recheada de contribuições que, em bom rigor, podem contribuir como tiro de partida para a nossa participação na busca de respostas para os desafios actuais e futuros de Portugal.
Se acha que pode dar um contributo, visite: http://www.maissociedade.com/areas-tematicas/
 
 

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